quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

“Não vamos controlar as polícias Civil e Militar”, diz nova secretária de Segurança

Em entrevista ao Metrópoles, Márcia de Alencar destaca que não vai interferir nas polícias e elege o combate a roubos a residências e a coletivos como algumas das prioridades da gestão à frente da pasta

Visivelmente emocionada e sob olhares de parentes, Márcia de Alencar conversou com os jornalistas logo depois de ser anunciada como a nova titular da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, na manhã desta quarta-feira (6/1), no Palácio do Buriti. Logo na primeira entrevista, ela deixou claro que não vai interferir nas corporações e que os conflitos de interesses existentes tanto na Polícia Civil quanto na Polícia Militar deverão ser resolvidos internamente.

MAIS SOBRE O ASSUNTO (Clique nos links)



Aos 50 anos, a pernambucana de Timbaúba é a primeira mulher a ocupar o cargo de maneira efetiva no Distrito Federal. Nas primeiras palavras como secretária, falou sobre os desafios de assumir o órgão, a importância de integração das forças e contou um pouco da trajetória acadêmica. “O perfil de qualquer gestor que assuma essa pasta é ter o compromisso de garantir um diálogo permanente entre as forças e a comunidade”, destacou.

Ao Metrópoles, algumas horas de ser escolhida pelo governador Rodrigo Rollemberg, Márcia garantiu que vai continuar respeitando a autonomia das instituições que compõem a pasta, principalmente, as polícias Civil e Militar.

Bacharel em direito, Márcia é mestre em psicologia, com formação psicanalítica e em gestão pública, e atua há 20 anos na área de justiça criminal e segurança pública. Participou da estruturação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Atuou como consultora do Ministério da Justiça e das Nações Unidas em alternativas penais e prevenção e justiça criminal em Moçambique.

Em Pernambuco, com o então governador Eduardo Campos (PSB), que morreu em um acidente aéreo em 2014, a psicóloga trabalhou como secretária executiva de Segurança do Cidadão de Jaboatão dos Guararapes, considerada uma das áreas mais perigosas do estado.

Integração
No governo de Campos, Márcia participou da implementação do programa Pacto Pela Vida. A proposta é uma forma de integrar as forças de segurança e serviu de inspiração para Rodrigo Rollemberg, que lançou o Viva Brasília. Mas o que foi fundamental para ela desbancar o atual chefe da Polícia Civil, Eric Seba, cotado para a vaga aberta desde novembro, e ficar com o cargo principal de uma das pastas mais sensíveis deste governo, segundo ela, foi a capacidade de articulação e diálogo, conforme ela própria ressalta.

Quando a senhora recebeu o convite para ser secretária de Segurança?
Nós estamos num processo de transição que é público há dois meses desde a saída do então secretário Arthur.

Em meio a nomes de consenso, como o do atual diretor da PCDF, Eric Seba, o governo surpreende mais uma vez e nomeia uma psicóloga para o cargo. Por que ele escolheu a senhora?
O grande motivo, na minha opinião, de o governador Rollemberg ter reconhecido o nosso trabalho, se deve fundamentalmente à capacidade de articulação e diálogo, que é a marca fundamental da gestão desse governo.

Haverá dificuldade para gerir corporações totalmente independentes, como é o caso das polícias Civil e Militar, e que agora estão sob o guarda-chuva da primeira mulher a ocupar o cargo de secretária de Segurança do Distrito Federal?
Estamos na secretaria há um ano, e já discutimos o assunto. Trabalhar com a Polícia Civil, hoje, com os delegados regionais, com o novo comandante-geral, não será de forma nenhuma uma novidade. Será uma forma de exercer a nossa capacidade de trabalho, oferecendo recursos metodológicos, importando experiências que a gente já acumulou para avançar naquilo que foi a determinação do governador a todos nós. O grande papel de quem assume a Segurança Pública como gestor é fazer todas as articulações para poder integrar o trabalho das forças à sociedade e aos outros órgãos do governo. É saudável e importante a autonomia dessas instituições, e de forma nenhuma fere nem agride ou diminui o papel da Secretaria de Segurança Pública nesse processo de articulação. Nós não vamos controlar nenhuma instituição. As funções constitucionais das polícias Militar e Civil são bastante distintas e complementares. Tomar conta desses conflitos e interesses é com as duas corporações. O papel do secretário é fundamentalmente garantir a coordenação institucional, envolvendo também a sociedade civil e as intersetoriais do governo.

Seu antecessor (Arthur Trindade) pediu demissão após o governador manter no cargo o comandante da Polícia Militar, coronel Florisvaldo Cesar, mesmo depois da ação desastrosa da PM contra os professores no dia 28 de outubro. Qual cenário a senhora espera encontrar na Secretaria de Segurança?
Eu faço parte da Secretaria de Segurança há um ano. Conheço o que a pasta está vivendo.

A senhora ajudou a conceber o Plano de Segurança Pública em Pernambuco no governo de Eduardo Campos. Pretende importar o modelo de lá para o DF? 
O resultado do Pacto Pela Segurança em Pernambuco é um modelo reconhecido pelas Nações Unidas. Agora, nós não podemos querer fazer uma transposição metodológica do que feito em Pernambuco para Brasília. A natureza da criminalidade em Brasília é completamente distinta. O Distrito Federal não só faz segurança pública, mas faz segurança nacional. Não podemos desenvolver as mesmas estratégicas porque temos a necessidade de trabalhar principalmente a prevenção com uma outra lógica porque, em todos os lugares do Brasil, o chefe de estado tem que negociar com os prefeitos. Brasília é um ambiente em que o chefe do Executivo local é simultaneamente responsável pelo controle de Brasília enquanto cidade e pelas outras administrações. Tem que pensar as estratégias para todas as regiões administrativas.

Quais serão as prioridades da sua gestão?
Desenvolver estratégias de prevenção à criminalidade e repressão qualificada sem que a cidadania, os direitos humanos e o diálogo deixem de estar considerados como princípios e diretrizes centrais da polícia. Nós tivemos avanços expressivos através do Viva Brasília. Nós terminamos 2015 com uma redução de homicídios, de 11,4%, que remonta a uma faixa de 22 anos atrás. Precisamos aprimorar a questão de combate aos crimes a coletivos e a roubos ligado às residências e a comércios. O grande diferencial do Viva Brasília – Nosso Pacto pela Vida é exatamente querer integrar o que a gente chama de estado social com o estado policial. Porque nós temos uma natureza de criminalidade em Brasília em que fica evidente que os elementos de desigualdade geram um desequilíbrio na forma como se estrutura essa criminalidade. Nós não vivemos um ambiente de uma violência endêmica. Temos necessidade de desenvolver simultaneamente estratégias de repressão qualificada e prevenção à criminalidade e à violência.


Fonte: Metropoles.com

5 comentários:

  1. Psicologicamente estou abalado, quando ela afirma que:"Os conflitos de interesses existentes tanto na Polícia Civil quanto na Polícia Militar deverão ser resolvidos internamente.Então eu pergunto: Como? Se todo o problema é exatamente falta de Comando, Gestão e de Diretrizes Operacionais. Integração é a piada mais antiga que sempre ouvi durante 32 de serviços prestados. Unificação é uma utopia usada pelos políticos em período de campanhas. As vezes fico imaginando como os servidores, funcionários públicos e a comunidade em geral gostam de serem enganados, de serem chamados de tapados, e de analfabetos. Para que haja melhorias na segurança pública, tem que haver subordinação sim e o Secretário de Segurança tem que ser um especialista da área e os demais órgãos de segurança pública devem estarem todos subordinados a esta Secretaria (SSPDF). Mudanças trarão conflitos, mas que serão controlados logo em seguida, com a quebra de interesses pessoais e vaidades profissionais.Talvez por isso não há rendimento, não há compromisso, por isso existam as ameaças, e o caos em que se encontra a segurança pública de Brasília.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é caro Milton Pereira de Paula! Nós tivemos a oportunidade de elegermos outro governador e o Poliglota como distrital e o que aconteceu? Uma porção de colegas votaram nos farsantes de hoje (que estão no Poder) e rachou a candidatura do Poliglota. Rollemberg não tem cacife pra ocupar cargos do Executivo, pois não tem perfil de gestor. Ele mesmo utiliza este termo, mas nem ele mesmo sabe o que significa. Agora, amargaremos mais 03 (três) anos dessa embromação. O próprio policial faz-se de tapado. No fundo ele mesmo sabe que gosta de ser enganado. Será que em 2018 acontecerá a mesma coisa? Só sei de uma coisa, os policiais que se venderam para o GDF não farão nada pela categoria e o governador tentará justificar suas ações com teorias pirotécnicas para a Segurança Pública. Ele está praticamente importando uma ideia obsoleta do estado de Pernambuco. Lá, funcionou num primeiro momento, mas agora o estado de PE é um dos mais violentos do país. Governador, respeite o povo!!!

      Excluir
  2. É ta dificil, nao nomeou o pc com medo da pm nao gosta, ai nomeia a muieeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee e as duas nao gostam e a outra fica de biquinho por que acham que foi culpa da pmdf...kkkkk

    ResponderExcluir
  3. NA REALIDADE O USO DO CACHIMBO ENTORTA A BOCA, OU DIGA ME COM QUEM ANDAS E DIREI QUEM TU ES,, RESUMINDO SE NEM O ROLLEMBERG TEM LIDERANÇA PRA COMANDAR DUAS CORPORAÇOES CENTENARIAS COM PEDIGRE DE PURA RAÇA , COMO E QUE ELE VAI INDICAR ALGUEM QUE TEM PERSONALIDADE DE LIDERAR ESTAS DUAS CORPORAÇOES ,,, AI E PEDIR DEMAIS NE AMIGO...

    ResponderExcluir
  4. quanta incompetência meu Deus. essa mulher não entende nada de ações policiais. ela calada já está errada. mais incompetente é quem colocou ela lá.

    ResponderExcluir

1 – Para comentar no Blog do Poliglota você poderá informar, além do seu nome completo, um apelido que poderá usar para escrever comentários.

2 – Serão eliminados do Blog tenpoliglota2012 os comentários que:
A - Configurem qualquer tipo de crime de acordo com as leis do país;
B - Contenham insultos, agressões, ofensas e baixarias;
C - Reúnam informações (e-mail, endereço, telefone e outras) de natureza nitidamente pessoais do próprio ou de terceiros;
D - Contenham qualquer tipo de material publicitário ou de merchandising, pessoal ou em benefício de terceiros.
E – Configurem qualquer tipo de cyberbulling.

3 – A publicação de comentários será permanentemente bloqueada aos usuários que:
A - Insistirem no envio de comentários com insultos, agressões, ofensas e baixarias;

Avisos:

1 – No Blog tenpoliglota2012, respeitadas as regras, é livre o debate dos assuntos aqui postados. Pede-se, apenas, que o espaço dos comentários não sirva para bate-papo sobre assuntos de caráter pessoal ou estranhos ao blog;

2 – Ao postarem suas mensagens, os comentaristas autorizam o titular do blog a reproduzi-los em qualquer outro meio de comunicação, dando os créditos devidos ao autor, com os devidos ajustes;

3 – A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica.

Os comentários estão liberados, no entanto àqueles que afetarem diretamente a honra e a imagem de quaisquer pessoa, física ou jurídica, àqueles que atentarem contra o decoro da classe, a honra e o pundonor militar serão MODERADOS.
tenpoliglota2012@gmail.com