sexta-feira, 8 de maio de 2015

ATENÇÃO: Compras milionárias no governo Agnelo para os bombeiros podem queimar o governo Rollemberg

Clínica Geral

Por Carlos Augusto Pinto

No governo Agnelo Queiroz (PT) foram investidos mais de cento e vinte milhões de dólares (perto de R$ 300 mi) na compra de equipamentos para o Corpo de Bombeiros do DF, graças a projetos iniciados ainda no governo Arruda e avalizados pelo Ministério da Justiça. O GDF pegou uma “carona” em um edital do MJ e rompeu o cartel de empresas brasileiras que insistiam em neutralizar qualquer compra de equipamento estrangeiro. Como? As poucas fábricas brasileiras soltavam dinheiro sujo em quase todo o país. Entre 2006 e 2011 o Governo Federal, através do Tesouro, distribuiu recursos em todas as áreas de segurança porque os Jogos Pan Americanos e, adiante a Copa do Mundo, se aproximavam.

Centro do Poder, Brasília, governo local, tratou de encomendar o que de mais moderno existia em equipamentos motorizados e peças individuais no mundo. Sim, no mundo. A corporação conseguiu customizar todos os caminhões, algo que só se vê no Oriente Médio. Conseguiu autorização para abrir concurso público permitindo a entrada de mais de dois mil bombeiros militares nos anos seguintes. Conseguiu verba para padronizar todos os quartéis (derruba e levanta) e criar outros tantos. Os editais foram elogiados até no Ministério da Justiça. Mas faltava alinhar os salários dos Bombeiros de Brasília. Conseguiram.

E o material começou a chegar. A Praça do Buriti foi eleita o “centro de exposição”. Agnelo e Tadeu (o vice) começaram a se acostumar a atravessar o Eixo Monumental para festejar as compras. Os caminhões para transporte de tropas fabricados na Alemanha (chique…) foram os primeiros a chegar em Brasília. Mas, desde o início de 2014 dezenas de caminhões Pierce, fabricados nos Estados Unidos (foram perto de 120 dias) estavam retidos no Porto de Santos porque a empresa responsável pelo transporte não queria pagar as sobretaxas que os portuários exigem (o famoso por fora) para apressar a liberação. O tamanho da empresa responsável não condizia com o tamanho da compra: QUINHENTOS MIL DÓLARES custou cada um dos trinta caminhões moderníssimos. Façam as contas, incluindo a maresia.

E quando os estados acordaram para as compras dos Bombeiros do DF, a bola já estava prestes a rolar. Aí chegaram dezenas de caminhões de combate a incêndio florestal fabricados pela Jacinto (Portugal) , que também operam em área urbana. Os melhores do mundo. O próprio dono, sr. Jacinto, esteve duas vezes em Brasília para defender o seu marketing pessoal, afinal quem não quer ver os seus produtos  em uma Copa do Mundo? E pagos à vista.

As vésperas da Copa foram expostos na entrada do Mané Garrincha os caminhões americanos e as novas escadas Magirus (alemães), que alcançam prédios de até 20 andares em menos de dois minutos. Os Pierces foram recolhidos porque não era fácil manejá-los e os caminhões portugueses se tornaram uma incógnita: e se o mato não pegar fogo? Melhor guardá-los…

A Copa passou e lá vieram os caminhões identificados pela sigla: ASE, de socorro e salvamento, algumas dezenas de viaturas, fabricadas na Espanha, na Yturri. Misturam- assim como os Pierce – água e espuma. Custaram perto de TREZENTOS MIL DÓLARES, cada um (vinte e dois ao todo). Os melhores da Europa e Ásia. Não é para qualquer país.
Dilma se reelegeu, Agnelo caiu fora e, na surdina, os Bombeiros investiram os últimos recursos em escadas francesas fabricadas pela Gmaex, festejadas em qualquer lugar do mundo pela sua mobilidade: alcançam até o oitavo andar de um prédio e giram facilmente para socorros em áreas colapsadas ou inundadas. Mas quando chegaram, Rodrigo Rollemberg já havia assumido o trono explosivo deixado por Agnelo. Tudo pago, mas e os quartéis? E os recursos para comprar óleo? E o Centro de Manutenção? E a empresa que foi montada no Riacho Fundo só para atender a demanda de caminhões comprados em outros países?

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, o jovem Hamilton Esteves Junior, 43 anos, boa herança (das poucas) do governo Agnelo precisa dizer ao seu Chefe Maior o que está se passando na corporação tão estimada por todos, antes que o Ministério Público Federal o faça. Viaturas caríssimas subutilizadas. Rodrigo não merece que essa bomba estoure no colo dele. Muito menos nós, contribuintes.

Carlos Augusto Pinto é Jornalista Profissional – MTPS RJ 1184JP SJPDF 1759, foi repórter das rádios Tupi e Nacional (Rio), Globo (SP) , Jornal do Commercio, Última Hora e Jornal dos Sports (Rio); Manchete (Rio e Recife),  Fatos, Ele & Ela, Tendência (Rio); repórter político desde 1987 em Brasília. Soltou pipa, foi baloeiro, jogou bola de gude, frequentou o Maracanã e as noites da saudosa Cidade Maravilhosa. E escreve como colaborador neste blog, assinando a coluna Clínica Geral.

Fonte: Blog do professor chico

5 comentários:

  1. Na teoria ótimo. Na prática quando esses caminhões serão utilizados? Quase nunca.

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  2. Viaturas de 1º mundo e salários de 3º, enfim, a máquina vale mais que Homens, só aqui no Brasil varonil mesmo.

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  3. E o desvio ficou em quanto? foi calculado?

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  4. Tem que comprar o tem de melhor mesmo, agora quando você vai salvar uma vida eu pelo menos eu quero o melhor não o pior. Combate a incêndio não é só jugar agua se não precisaria de bombeiro.

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  5. Na verdade isso é uma lição para outros orgãos de como executar bem um orçamento. Tudo isso foi comprado com o orçamento do CBMDF, a diferença é que o CBMDF executa com eficiência seu orçamento, como exemplo cito o ano de 2014 , onde só restou R$ 10.000, 00 , ou seja quase nada para ser executado. Para que não sabe o CBMDF é citado como exemplo pelos orgãos de controle no que se refere ao processo de contratação.

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