Está aberta a temporada de “Caça às Enquetes”

As eleições de 2018 parecem estar mexendo pra valer com os pré-candidatos aos cargos eletivos no DF. Ninguém admite ficar de fora. Nem que para isso se valham das centenas de enquetes disponibilizadas nas redes sociais

As regras da mini reforma eleitoral realizadas em 2015 foram bem explícitas, aliadas a algumas mudanças feitas esse ano pelo Congresso na Lei Eleitoral, e já começarão a valer para as eleições do ano que vem. Uma das questões que deve ser atentamente observada pelos pré-candidatos é o pedido de votos explícitos. A inobservância poderá lhes custar a impugnação na hora do registro oficial da candidatura.

E o carro chefe para essa proibição da Lei Eleitoral tem sido burlado, implicitamente, pelas centenas de enquetes publicadas em redes sociais. Mesmo sem nenhum registro oficial e credibilidade capaz de definir a intenção do eleitorado, elas tem proliferado de forma impressionante, chegando a mobilizar até atuais parlamentares detentores de cargos que designam seus cabos eleitorais para divulgarem e votarem nessas enquetes já visando o ano que vem.

Renovação

Os pré-candidatos apostam tudo na renovação das casas legislativas. Afundadas em denúncias e mais denúncias de corrupção, inércia e omissão, compra de votos, desvio de recursos e até aquisição de diplomas falsos, a expectativa é de que, pelo menos, 2/3 das casas sofram mudanças. De alguma maneira, a Operação Lava Jato mexeu com a sociedade e, principalmente, com o eleitorado. As escolhas levarão em conta a “Ficha Limpa” dos pretensos candidatos, mesmo a opção de votos nulos ainda superarem em muito as escolhas em determinados nomes.

No DF, o termômetro para se medir a quantidade de pré-candidatos para os próximos pleitos tem sido as redes sociais. De líderes comunitários que surgem em cada esquina a detentores de cargos em plena atividade, esses números podem ultrapassar a casa dos 1.300 candidatos.

Disputa desigual

Mas os fatores que levaram os eleitores a mudarem seus conceitos acerca das suas escolhas não serão suficientes para uma transformação política em Brasília. Depender, apenas, do voto amigo ou de protesto não será sinônimo de garantia de vitória e, principalmente, as tão sonhadas mudanças.

Nessa corrida, os atuais detentores de mandatos distritais levam uma enorme vantagem, pois a seu favor contam com uma mega estrutura financeira que lhes permite utilizar a publicidade a seu favor. Além disso, a maioria de suas bases eleitorais estão totalmente comprometidas com cargos, o que lhes garante uma quantidade considerável de votos, mesmo que de cabresto.

Portanto, mesmo com o desgaste dos atuais distritais, onde boa parte está envolvida em escândalos de corrupção e a outra acusada de ter vendido o mandato e a própria alma em troca dos interesses pessoais, a realidade aponta que os “antigos” estão em campanha há muito tempo, ao passo que os “novatos postulantes” só iniciarão essa campanha pra valer a partir de julho do ano que vem.  

Então, sem alternativas, que venham as enquetes!

Da redação,

Por Poliglota...