A Comissão de Direitos
Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) marcou para quarta-feira
(04/10) uma audiência pública para debater o aumento no número de mortes de
policiais no Brasil; apenas no Rio de Janeiro, mais de 100 policiais morreram
em 2017; e entre os anos 2009 a 2015 foram 2.572 policiais mortos em todo o
país.
Para o deputado Paulão, o
debate pode fomentar uma nova cultura de segurança pública no país. "É
urgente a redução das alarmantes estatísticas de violência no Brasil. Para
tanto, temos que adotar uma agenda proativa orientada por valores de cidadania,
que valorize os policiais, respeite suas especificidades, mas que ao mesmo
tempo reumanize o profissional da segurança pública", afirma o parlamentar
alagoano.
A realização da audiência é
motivada pelos altos números de policiais mortos, seja em serviço ou não.
Apenas no Rio de Janeiro, mais de 100 policiais morreram em 2017. Os dados
sobre as mortes de policiais no Brasil, trazidos no 10º Anuário Brasileiro de Segurança
Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelam que estes
profissionais são mortos três vezes mais fora de serviço do que em serviço e
que entre os anos 2009 a 2015 foram 2.572 policiais mortos no país. Nenhum
outro país do mundo ostenta tais números.
Como forma de comparação, o
número de policiais mortos no Brasil em um ano é o mesmo que as mortes de
policiais na Inglaterra em 98 anos. Nos EUA, morreram 41 policiais em serviço
no ano de 2015, contra 103 no Brasil, ou seja, mais que o dobro. De acordo com
uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Núcleo de Estudos
sobre Organizações e Pessoas, da FGV – EAESP, 61,9% dos policiais responderam
afirmativamente quando perguntados se conheceram policiais próximos, ou relativamente
próximos, que foram executados. Já fora de serviço, 70% dos policiais disseram
que já tiveram algum colega próximo vítima de homicídio.
"Como a baixa
remuneração é quase regra na maioria das unidades da federação, policiais são
impelidos a fazer "bicos" para sustentar suas famílias, expondo-se a
situação de vulnerabilidade à violência. Diante da situação de tantas vidas
perdidas, notamos que muitos governos e governantes não demonstram atenção com
a morte dos policiais. As famílias de policiais mortos passam por situações
vexatórias para que a pensão ou o seguro seja pago, ficando em situação de
extrema vulnerabilidade social. O estado brasileiro precisa enfrentar essa
situação rompendo o círculo vicioso da leniência e inapetência adotando políticas
públicas que combatam os fatores que causam o morticínio dos policiais",
destaca o deputado Paulão.
Fonte: Agência Câmara
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