Recursos repassados pela
União para o custeio da folha de pagamento da segurança e parte dos salários da
educação e da saúde serão menores do que o esperado em 2018. No total, repasse
do governo federal ficará R$ 174 milhões abaixo do esperado
Utilizado para o custeio da
segurança pública, além de parte da saúde e educação, em 2018, o Fundo
Constitucional estará mais enxuto que o previsto inicialmente. O caixa,
composto integralmente por recursos da União, receberá R$ 174 milhões a menos
que o estimado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano,
aprovada na Câmara Legislativa em julho. O anúncio aconteceu nesta
segunda-feira (18/09), enquanto a secretária de Planejamento, Leany Lemos
apresentava o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018.
O montante do Fundo
Constitucional chegará a R$ 13,6 bilhões. O valor será repartido em R$ 7,8
bilhões para segurança, R$ 2,5 bilhões destinados à educação e R$ 3,3 bilhões
aplicados na saúde. Apesar da baixa do caixa em relação às estimativas
iniciais, o Fundo terá mais recursos que neste ano, quando a cifra chegou a R$
13,2 bilhões.
Os números significam que,
na prática, os anseios de policias civis quanto ao reajuste salarial de 37%,
que garantiria a manutenção da isonomia com a Polícia Federal, não devem ser
atendidos. “Quando enviamos a LDO à Câmara Legislativa a receita corrente
líquida da União não estava fechada. Por isso, houve a frustração. Conceder um
aumento, neste momento, seria dar sabendo que o outro não vai receber”, explicou
Leany Lemos.
A quitação da última parcela
do reajuste salarial, pleiteada por 32 categorias desde 2015, também está
descartada. “Apenas em caso de um grande aumento da receita seria possível
debater esse tema”, emendou a secretária. Nomeações de concursados serão
condicionadas ao crescimento dos valores em caixa. “No momento, estamos
limitados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), podendo contratar apenas
servidores da saúde, educação e segurança. Apenas se sairmos dessa condição,
podemos realizar nomeações fora desses setores”, completou.
Investimentos
As receitas previstas para o
ano que vem alcançam R$ 26,95 bilhões — há um crescimento de 0,1% em relação ao
orçamento de 2017. O Distrito Federal ainda contará com R$ 13,6 bilhões do
Fundo Constitucional e R$ 1,86 bilhões para investimentos nas estatais. O
montante total, portanto, será de R$ 42,4 bilhões.
No ano eleitoral, há
previsão de que os investimentos do GDF sejam turbinados. Em 2017, a previsão
era de R$ 1,1 bilhão. Para 2018, a cifra subiu para R$ 2,2 bilhões, sendo R$
136 mil provenientes da Fonte 100 e R$ 2,1 de outros suportes financeiros, como
a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES e Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID).
Apesar dessa estimativa de
crescimento, o governo “vai comemorar, caso concretize metade do valor
previsto”, segundo Leany Lemos. A princípio, a secretária estima a execução de
apenas R$ 950 milhões em investimentos.
O PLOA 2018 prevê recursos
para a finalização do Hospital da Criança — o número de leitos do centro médico
subirá de 18 para 220. Além disso, o governo deve investir em melhorias para o
enfrentamento à crise hídrica, com a condução das obras para captação de água
no Lago Paranoá e a ligação da barragem de Corumbá IV, em Luziânia.
O investimento em educação
também está previsto no projeto, com a construção de mais seis creches – que
se somarão às 24 unidades já entregues – e três Escolas Técnicas, em
processo de licitação, para atender estudantes em Brazlândia, Paranoá e
Santa Maria.
Instituto
Hospital de Base
Apesar da decisão judicial,
em primeira instância, que suspendeu as contratações e aquisições do Instituto
Hospital de Base (IHBDF), o GDF estimou uma receita de R$ 600 milhões para a
administração do centro médico.
A quantia engloba os gastos
com os estatutários que optarem por permanecer trabalhando no IHBDF, após a
transição. As novas contratações serão regidas pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
Fonte: Correio Braziliense
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