Apesar dos esforços da
deputada distrital Telma Rufino (PROS) e da Associação Esposas Unidas da PMDF,
a Audiência Pública que aconteceu hoje (11) no plenário da Câmara Legislativa
muito pouco produziu diante dos anseios e objetivos de sua realização. Durante
o debate, o tema em questão (Saúde na PMDF) foi duramente criticado pelos
presentes, que também não perdoaram a ausência de autoridades fundamentais ao
debate
O esforço conjunto da Associação
das Esposas e da deputada teve como motivação a crise e o descaso porque passam
os policiais militares e seus dependentes quanto aos atendimentos de saúde
dentro da corporação. A falta de médicos e os constantes contingenciamentos de
recursos tem sido a causa de um péssimo atendimento, o que coloca em risco até
mesmo a produção final do policial no seu dia-a-dia no serviço de segurança
pública prestado à população.
Telma Rufino (foto) se colocou à
disposição dos policiais e dependentes para ajudar no que for preciso,
lembrando que saúde está em primeiro plano. Em janeiro desse ano a deputada
perdeu um irmão após 60 dias internado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT)
e sabe o quanto é difícil depender de um tratamento de saúde.
Notadamente conhecidos pela
disciplina e tolhidos de se manifestarem por conta dos arcaicos regulamentos o
clima chegou ao ápice por conta da saúde, o que levou essas mulheres guerreiras
(como são tratadas) deixar seus afazeres domésticos e arregaçaram as mangas, cobrando
das autoridades governamentais a valorização dos policiais. Segundo elas, “se eles não podem falar, nós falamos por
eles”.
Dos convidados para a audiência,
nenhum compareceu. De todas, as ausências mais significativas e que poderiam esclarecer
do porque da situação ter chegado a esse patamar, o Coronel Nunes (Comando
Geral da PMDF), Leany Lemos (Secretária de Estado de Planejamento, Orçamento e
Gestão do Distrito Federal), Wilson José de Paula (Ministro do Tribunal de
Contas da União) e Anilcéia Machado (Presidente do Tribunal de Contas do DF)
nem deram o ar da graça. A má utilização dos recursos do Fundo Constitucional fazia
parte dos questionamentos que deveriam ser feito a essas autoridades. Somente o
comandante geral da PM enviou um representante (Major Lucena), que não pode
responder aos questionamentos, limitando-se a informar que as tratativas da audiência
seria levada ao comandante.
O representante da Saúde,
Major Tiago, esclareceu que hoje a corporação gasta cerca de 80% de sua verba
destinada à saúde em atendimentos de urgência e emergência. Além disso, mesmo a
legislação não permitindo, afirmou que o contingenciamento de recursos como os
40 milhões retirados em janeiro desse ano não permitem o prosseguimento de
projetos para melhorias nos atendimentos. Segundo ainda o Major médico, um
projeto desenvolvido na corporação e voltado para a saúde foi elogiado até
mesmo pela Procuradoria Geral do DF, no entanto, “forças ocultas” com nítidos
fins políticos acabaram fazendo com que o projeto fosse abortado. Ele não
informou quais eram essas “forças ocultas”, porém o coronel da reserva Jean,
que participava da audiência, não titubeou a informar que essa manobra se deu
dentro do Tribunal de Contas do DF e por falta de empenho do próprio GDF em
viabilizar o projeto.
Denise
Mesquita, Mírian Silva,
Edleuza Paiva e Jaqueline Porto
lideram o grupo Esposas
Unidas PMDF
|
Outros assuntos de interesse
dos policiais e da própria instituição, como um Plano de Carreira decente e
justo, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), Viaturas e armamentos
adequados e de qualidade, Promoções e Reajuste Salarial e que fazem parte do
pacote de reivindicações acabou sendo ofuscada tamanha a demanda da questão da
saúde.
Várias sugestões foram dadas
em relação ao tema. Entre elas a implantação de PPP (Parceria Público Privado)
e um Instituto para que administre o Centro Médico da corporação. Atualmente 50
médicos se revezam no atendimento dos pacientes ambulatoriais (sem atendimento
de emergência) de um quadro de 100 médicos. O número é infinitamente inferior
ao necessário, segundo o major, que beira os mais de 1.100 servidores necessários
à área de saúde, incluindo cerca de 200 a 300 médicos para o atendimento de cerca
de 72 mil servidores ativos, inativos e pensionistas.
Representantes do Fórum de
Associações da Polícia Militar e lideranças na PM também emitiram suas opiniões
(Clique
Aqui). Para a presidente da Associação
das Esposas Unidas da PMDF, Edileusa Paiva, o momento é de união. A
associação representa cerca de 600 mulheres, que sofrem perseguição até quando
distribuem panfletos convidando para participar de debates. "Eu queria estar aqui ouvindo
explicações do governo, mas só temos o descaso", condenou. Edileusa
teve o marido policial assassinado e uma filha entrou em depressão, mas ela não
consegue atendimento porque a PM não tem atenção psicológica. "Os policiais estão doentes e
desmotivados. Vamos sair daqui mais uma vez sem respostas, mas com coragem, e
não vamos desistir", afirmou.
“Art 196 da CF de 1988: “A
saúde é direito de todos e dever do Estado...”. “Os
integrantes da Polícia Militar cansaram de discursos”. Queremos práticas!” Assim
começou a discursar o Tenente Poliglota, que também é jornalista e
administrador dos sites https://tenpoliglota.blogspot.com.br
e blogdopoliglota.com.br, voltados para a segurança pública do DF. “Não podemos mais aguentar essa situação. O
governo e comando tem a obrigação de responsabilizarem-se pela saúde física e psicológica
dos policiais militares e seus dependentes. Todos até poderiam faltar a essa
audiência, menos o comandante geral da corporação porque aqui estamos tratando
de dezenas de milhares de vidas que estão diretamente sob sua responsabilidade.
Ao deixar de prestigiar o evento, assim como os representantes do governo que
foram convidados, os policiais militares e seus dependentes e a protagonista,
deputada Telma Rufino, em tema de tamanha delicadeza e relevância, deixou
transparecer a conotação, mesmo que não a seja, de que não estão se importando
com esses que são os grandes responsáveis pela segurança da capital da
república e sua população”, disse Poliglota.
Ao final, a deputada Telma
Rufino, que presidiu os trabalhos, criticou as dificuldades encontradas pelos
PMs para ter acesso a tratamentos de saúde. A distrital lamentou a falta de
união da categoria para lutar por melhorias, mas se comprometeu a levar ao
governador Rodrigo Rollemberg a proposta para que o Centro Médico da Polícia
Militar seja administrado por um Instituto, conforme sugerido durante a
audiência.
Da redação,
Por Poliglota...
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