Sindicato denuncia que, ao
tentar vender a imagem de uma “Brasília segura”, GDF deixa de fazer
investimentos, contratações e valorizar os policiais
Um levantamento realizado
pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) confirma que
o registro de crimes graves continua aumentando, apesar das afirmações do
Governo do Distrito Federal em sentido contrário. “O GDF divulga dados
manipulados para perecerem positivos e assim tentar justificar a falta de
investimos na Polícia Civil e na Segurança Pública como todo e, assim,
continuar desviando recursos do Fundo Constitucional para outras áreas”,
denuncia Rodrigo Franco Gaúcho, presidente do Sinpol-DF.
Para confirmar a denúncia de
manipulação, o Sinpol-DF divulgou três tabelas comparativas de diversas
naturezas criminais e que tiveram aumento no registro.
Na primeira delas, uma
tabela dos crimes que tiveram maior acréscimo entre os meses de janeiro a
agosto, comparando-se os anos de 2016 e 2017. A segunda tabela faz um
comparativo entre os meses de agosto de 2016 e agosto de 2017. O terceiro
quadro compara os meses de julho de 2017 ao mês de agosto de 2017.
O levantamento foi realizado
a partir de dados oficiais da Polícia Civil do DF (PCDF) e Secretaria da
Segurança Pública e da Paz Social do DF (SSP).
Crimes graves como roubo de
carga, extorsão, estupro, roubo com restrição da liberdade, tentativa de
homicídio e roubo a coletivo tiveram majoração entre 4,5% e 67%. Tais crimes
são cometidos com emprego de grave ameaça ou violência. Normalmente com o uso
de armas de fogo.
Entre os crimes sem
violência direta à vítima, mas que também geram muita insegurança à população,
estão os furtos de celular, furtos ao comércio e furtos a pedestres.
Normalmente, a vítima só toma conhecimento desses crimes após seu cometimento e
quando o criminoso já está longe. Estes crimes tiveram aumento entre 4,3% e
48,99%.
Comparativo
entre os meses de agosto/2016 e agosto/2017
Várias modalidades criminais
tiveram incremento, se comparadas ao mesmo mês de agosto de 2016. O sequestro
relâmpago começa a preocupar pois não havia registros desde fevereiro de 2017.
No entanto, em julho apresentou um registro e em agosto ampliou para 2
registros. No sequestro relâmpago, a vítima é feita refém para que os
criminosos saquem recursos em bancos ou terminais eletrônicos.
Comparativamente ao ano
anterior, agosto teve 354 casos a mais de furtos de celulares. Da mesma forma,
houve aumento de 80% nos casos de roubos de cargas, que tinham maior incidência
nos estados da região sudeste. As tentativas de estupro aumentaram 19 casos nos
meses de agosto. E os casos de roubo com restrição da liberdade da vítima foram
majorados em 53%.
O registro de estupros
consumados passou de 63 para 82 no mesmo período. Os comerciantes foram alvo de
364 casos em agosto de 2017, uma média de mais de 3 casos a cada dia. Os roubos
a postos de gasolina, que vinham em tendência de queda, passaram a aumentar.
As extorsões e as tentativas
de homicídio, considerados crimes graves, também tiveram acréscimo
significativo em agosto de 2017.
Comparativo
entre os meses de julho e agosto de 2017
Os roubos de carga,
modalidade que teve grande alta em 2017, subiram de 6 para 9, de um mês para o
outro. As tentativas de estupro evoluíram de 8 para 12 em agosto. Os sequestros
relâmpagos foram 2, enquanto que no mês anterior apenas 1. Já os latrocínios
(roubos seguidos de morte) tiveram elevação de 2 casos em julho para 3 no mês
seguinte.
Crimes graves continuaram
tendo evolução em agosto como nos casos de roubo a residências, com 40%, roubos
em coletivos, 32% e estupros consumados (inclusive de vulneráveis) em 17%.
Várias modalidades de furtos
também tiveram ascensão como os casos de furtos de celulares, com 21%, furtos a
residência, com 11,5%, furtos em comércio, com 8%.
“Desta forma, o que temos
dito é que o GDF, por meio da Secretaria de Segurança, tem divulgado apenas os
números que lhe interessa. A depender do mês, a SSP verifica quais as
modalidades que tiveram uma queda e explora esses dados, deixando de informar,
de maneira clara, quais as modalidades que tiveram aumento”, explica o
presidente do Sinpol-DF, completando que, ao divulgar apenas “números bons” o
GDF tenta vender à sociedade e aos meios de comunicação a falsa impressão de segurança
nas ruas da capital.
“Não sem razão,
invariavelmente, a população questiona e contesta tais dados divulgados. A
sensação de insegurança nas ruas é geral e, ao tentar vender a imagem de uma
‘Brasília segura’, o GDF deixa de fazer investimentos, contratações e valorizar
os policiais. Por isso é bastante importante divulgar os dados reais da
criminalidade no DF”, finaliza Gaúcho.
Fonte: Ascom Sinpol-DF
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