Presidente do Conselho Deliberativo da CABE esclarece aos associados fatos ocorridos recentemente naquela associação.

Nos últimos meses a CABE, Caixa Beneficente da Polícia Militar, foi alvo de várias denúncias que vão desde furto de equipamentos de informática a assédio moral e sexual a seus funcionários por parte de diretores.

Visando dar transparência aos fatos, o Blog do Tenente Poliglota entrevistou com exclusividade o Cel Gilberto (foto), Presidente do Conselho Deliberativo, acerca dos fatos, que também disponibilizou farta documentação comprobatória visando esclarecer aos seus associados a verdade ainda não revelada. Abaixo a íntegra da entrevista.

Blog TP: Como explicar o aumento das mensalidades para as praças e a diminuição para os oficiais?

Cel Gilberto: É importante lembrar que antigamente as mensalidades eram baseadas no soldo do contribuinte porque a CABE pagava pensões às viúvas. A CABE foi criada em 1903 justamente para esta função social. A pensão era proporcional ao valor que se pagava de mensalidade. Entretanto a legislação que trata das concessões de pensão mudou com o passar dos anos, a instituição foi obrigada pelo Ministério da Previdência Social a não mais conceder pensões, por não ser uma instituição de previdência privada.

Diante desta nova situação, a mensalidade da CABE foi igualada ainda na gestão de transição, logo após a desvinculação total da estrutura da PMDF. Assim, a partir daquele momento, a CABE passou a ser tratada como uma associação. Todos os policiais e pensionistas passaram a ser tratados igualmente, independente do posto ou graduação. 

Naquele momento, por conta do Decreto Lei 6.386/2008, a CABE bem como outras centenas de instituições consignatárias, teve bloqueado o seu Código SIAPE que permite o desconto em folha de pagamento da PMDF. Em razão de uma liminar da CABE contra o Ministério Planejamento, ainda foi possível a manutenção de metade dos contribuintes com os valores antigos, ficando por quase 03 (três) anos sem que pudéssemos receber qualquer contribuição de boa parte dos contribuintes através do desconto no contracheque. Em janeiro deste ano, conseguimos novamente o código SIAPE e foi realizada a atualização da mensalidade de todos os associados.

Blog TP: Com respeito ao assédio moral e sexual de diretores da CABE a funcionários, qual a sua opinião?

Cel Gilberto: Em dezembro de 2012 teve início na CABE, um movimento interno com integrantes de diversos escalões que trabalharam para atingir o presidente do Conselho Deliberativo com o intuito de conseguir a realização de uma nova eleição. O grupo buscava funções de maior relevância dentro da instituição. Para tal ação foram utilizados falsos dossiês, documentos distorcidos, "grampos" e abusos a funcionários da instituição. Alguns integrantes do grupo foram acusados por duas funcionárias de terem cometidos tais abusos.  

O Conselho Deliberativo alertou o Conselho Fiscal sobre a reclamação de diversos funcionários em relação aos tratamentos abusivos e constrangedores.  O Conselho Deliberativo informou que os direitos e garantias dos funcionários deveriam ser respeitados. A denúncia já está sendo investigada internamente e também pelas autoridades responsáveis.

A CABE respeita a Constituição que prevê o Estado Democrático de Direito e não é permitido qualquer desrespeito aos funcionários independente do sexo, seja civil ou militar.

Blog TP: Com relação aos furtos dos HD`s e de computadores que registraram cenas de tortura psicológica a funcionários, o que o senhor tem a dizer a respeito?

Cel Gilberto: Assim como todos os Policiais Militares, ficamos perplexos. As câmeras foram instaladas em dezembro de 2012, havia imagens do final de dezembro, janeiro e fevereiro. A intenção do furto foi esconder imagens registradas destes 03 (três) meses.

Para defender-se da acusação de assédio, o ex-diretor que liderava o grupo de ataque ao Presidente, faz acusações de desvios de verbas desde 2011. As câmeras foram instaladas recentemente e armazenavam as gravações, que possivelmente gravaram o tratamento denunciado pelas funcionárias. Nas denúncias realizadas os ex-diretor é citado diversas vezes. 

Blog TP: Existe uma denúncia nos meios de comunicação de que cerca de 20 milhões de reais foram desviados na CABE. O que o senhor tem a declarar sobre isso, e apresentaria os balanços que comprovaria suas alegações?

Cel Gilberto: Quanto a denúncia de desvio de verba é muito fácil e claro perceber a postura de atacar o órgão máximo da CABE, o Conselho Deliberativo, para defender-se da acusação de assédio. O ex-diretor utiliza-se de uma comparação equivocada do balanço de 2011 com o balanço de 2012, fabricando a suspeita de desvio, citando a redução da carteira de empréstimo de 78 milhões para 48 milhões em 2012.

Evidentemente que por má fé, não citam que a carteira de empréstimo foi reduzida, mas que o investimento aumentou de 500 mil reais para 13 milhões e quinhentos mil. Isto porque desde o final de 2011, a CABE investe na SICOOB CABECRED sendo que esta cooperativa de crédito efetiva os empréstimos aos associados. Vale ressaltar que a cooperativa de crédito é auditada a cada seis meses pelo sistema SICOOB e pelo Banco Central.

Por outro lado, o detrator também esconde que o Patrimônio Imobilizável aumentou de 9 milhões para 32 milhões e que no total a CABE teve um superávit, aumentando o seu patrimônio de 102 milhões em 2011 para 106 milhões em 2012, isto tudo sem ter nenhuma dívida.

Já entramos com ações judiciais contra o citado ex-diretor, por calunia e difamação, exigindo indenização por danos morais, nas quais solicitamos aos magistrados que de imediato sejam destinadas as devidas quantias ao Centro de Assistência Social da PMDF, para ajudar na melhoria do tratamento dos Policiais e familiares que precisam do Centro.    

Blog TP: Chegou a informação de que as reuniões do Conselho Fiscal, segundo o Estatuto, preveem 1 (uma) a cada 3 (três) meses e que hoje estão sendo realizadas mais que o previsto. Qual a razão disso?

Cel Gilberto: Realmente o Conselho Fiscal tem excedido a quantidade de reuniões realizadas, uma vez que recebem 01 (um) salário mínimo por reunião. Por isso, estamos concluindo uma norma complementar que trará um maior equilíbrio nos gastos com a manutenção dos Conselhos. Atualmente o Conselho Fiscal tem realizado em média 10 reuniões ao mês, o que ultrapassa o número de reuniões ordinárias previstas no Estatuto da CABE.

Blog TP: E verdade que recursos da CABE é que sustentam as despesas de viagem do Presidente do Conselho Fiscal, de São Paulo para Brasília?

Cel Gilberto: Sim, tal concessão foi feita ainda na gestão passada durante o período de transição e por descuido continuou acontecendo. O custeio destas despesas com passagens aéreas será suspenso imediatamente. Tal situação já foi motivo de acusações contra a atual gestão por concorrentes na época das eleições.

Blog TP: O aumento previsto para sair este mês não foi implementado na folha, e grande parte dos Policiais estão contando com isso. O que a CABE pode fazer de efetivo para socorrer esses Policiais?

Cel Gilberto: Estamos diante de um problema que é o fechamento da folha de pagamento da PMDF antes da sanção Presidencial e publicação no Diário Oficial da União. Desta forma, estamos buscando as autoridades que possuem acesso direto a Presidenta, na tentativa de antecipar os procedimentos citados, para posteriormente sensibilizar o Comandante Geral da PMDF, no sentido de aproveitar a última data de possibilidade para alteração da folha para incluir o reajuste ainda neste mês.

Já entramos em contato com uma autoridade federal que se comprometeu a tentar resolver esse problema.  É difícil, mas não é impossível. Vale ressaltar que este reajuste não cobriu sequer o acumulado da inflação, não foi o que os Policiais Militares merecem.

Segue abaixo a documentação encaminhada pelo Cel Gilberto, Presidente do Conselho Deliberativo da CABE do qual constam os balancetes dos anos de 2011 e 2012 que comprovam não ter havido desfalques no orçamento da associação.

Um documento importante no qual o blog teve acesso, e que até o momento não havia sido divulgado, faz menção às declarações do ex-funcionário da CABE Fábio Silva Pontes à delegada da 3ª DP Drª Mabel Alves de Farias; o ex-funcionário era lotado no setor de Tecnologia da Informação (TI) e pelas suas declarações tudo indica que houve uma premeditação no furto dos HDs e no assédio sexual a funcionárias, o que pode direcionar as investigações para um possível dolo no cometimento dos crimes.  

Documentos comprobatórios entregues pelo Diretor da CABE.

Da Redação – Por Tenente Poliglota...

Participe do Abaixo-assinado para a criação da ASSOCIAÇÃO ÚNICA: Clique Aqui