Estava demorando...

DISCRIMINAÇÃO NOS GTOPs

Quando soube disso não quis acreditar, mas é verdade. Temos GTOPs no Distrito Federal que estão utilizando dois fardamentos, um o regulamentar, para os policiais que fizeram o curso (CTOP) e o outro convencional para os que não fizeram o curso. Um tipo de discriminação que não me lembro de ter presenciado na PMDF nos últimos anos. Quer dizer que quem tem curso é melhor que os outros que já tem vários anos de GTOP e alta produtividade.

E queremos ser considerados uma policia moderna e eficiente, como se um curso onde gás e banho de mangueira fazem parte da carga horária fizesse alguém melhor. Hoje em dia já está difícil conseguir policiais que querem dar o sangue, já não encontramos nos Batalhões tantos policiais com vontade de correr atrás e os poucos que encontramos são destratados e humilhados por gestores que se acham acima de tudo. São gestores fracos, são gestores que não sabem aproveitar o recurso humano. Mas pior do que os gestores são os companheiros destes policiais que deixam esta situação acontecer.

Não é o policial militar que precisa do GTOP senhores, é exatamente o contrário, os GTOPs precisam de bravos combatentes. Se a farda não serve para meu amigo, para meu companheiro de ocorrências e depoimentos com certeza não servirá para mim. Se quiserem fazer uma limpeza nos GTOPs que o façam, mas saibam que estão sendo covardes e ineptos à função que desempenham, pois estão desmotivando policiais que gostam do que fazem e o fazem bem feito.

E não é só essa fanfarronagem de uniforme diferente, várias unidades estão simplesmente excluindo policiais que não fizeram o CTOP. Enquanto não existia o curso os policiais serviam a suas unidades, agora que existe o curso quem não é cursado é um parasita, é inapto ao serviço tático operacional! Que idiotice! De onde tiraram isso? Mas repito a culpa não é dos gestores, a culpa é nossa por aceitar tudo que nos mandam. Com certeza tem muitos colegas que até acham justo essa atitude, pensando seu eu dei a carcaça eles também tem que dar. Se coisas desse tipo acontecem imagina pensarmos em um dia termos uma policia unida e forte. Nunca ocorrerá. Se todos continuarem a pensar apenas em seus umbigos.

Desde que existe GTOP, e não é pouco tempo, ser GTOPIANO não era questão de farda, viatura, curso ou braçal, ser GTOPIANO era uma questão de raça, vontade de caçar, vibração e união. Sempre foram a ponta da espada. Quando um novinho chegava ao Batalhão e mostrava gostar do serviço, gostar de correr atrás de peba, mostrava que tinha um gás a mais os antigos do GTOP já procuram o fubá. Agora com gestões equivocadas ser GTOPIANO é uma questão de ser ou não raiado. Como se este curso fosse um divisor de águas. É um razoável curso, onde além de gás, pistas de obstáculos na lama e banhos de mangueira têm tiro e abordagens, mas longe de ser algo acima do normal.

Não quero dizer que nunca vou fazer este curso, nem que colegas não irão, mas se for o caso, irei porque quero fazer o curso e não porque meu gestor me mandou fazer. Não estamos mais no tempo do RQQ. Admiro os guerreiros que deram a carcaça e a paciência para fazer o curso, mas não podemos aceitar isso.

Fonte: http://www.casernapapamike.com.br/discriminacao-nos-gtops/