Rodrigo Delmasso (PODEMOS) |
Era de se esperar. A Bancada
Evangélica da Câmara Legislativa do DF entraram com pedido de cancelamento da Portaria nº 277 de 28/SET/2017, publicada no Diário
Oficial do DF no último dia 29 de setembro.
Para os distritais, essa
portaria fere os direitos das famílias brasilienses e pede que a Secretaria de
Cultura (Secult) revogue imediatamente a mesma, que cria política de fomento a
atividades culturais de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais.
Uma nota foi emitida e
assinada pelo deputado Rodrigo Delmasso (PODEMOS), Presidente da Frente
Parlamentar Evangélica e divulgada amplamente nas redes sociais. Leia abaixo
parte da nota:
“As
políticas públicas devem atender aos princípios públicos e não segmentados. No
nosso entendimento, fere frontalmente os dispostos constitucionais”, diz a
nota. A bancada evangélica também alega que a medida da Secult “fere o direito
das famílias brasilienses”.
Solicitamos
o Secretário de Cultura, Guilherme Reis, a revogação imediata da referida
portaria em respeito à família brasiliense."
Rodrigo
Delmasso
A Secult pretende, segundo o
texto, “descentralizar os recursos públicos e estimular o patrocínio pela
iniciativa privada para democratizar o acesso aos meios de produção, circulação
e fruição artístico-culturais relacionados à cultura LGBTI”.
Embates
contra LGBTIs
Em junho, um dia depois da
Parada LGBTI, os deputados distritais deram um duro golpe na legislação que
estabelece punição para ações homofóbicas no Distrito Federal. Na sexta-feira
(23/6), o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) regulamentou, 17 anos depois de
ser sancionada, a Lei Distrital nº 2.615/2000. Na segunda (26/6), por nove
votos a seis e duas abstenções, os parlamentares aprovaram um projeto de decreto
legislativo derrubando a regulamentação.
A votação ocorreu fora da
Câmara Legislativa, durante evento no Sindicato da Construção Civil do DF
(Sinduscon). Na sessão, estava prevista apenas a votação da concessão de um
título honorário e projetos referentes à área. Sob o comando da bancada
evangélica, aproveitaram para derrubar a regulamentação.
Em nota, o GDF lamentou a
ação dos distritais e informou que vai recorrer da decisão: “Trata-se de uma
atitude ilegal por invadir área jurídica restrita do Executivo, e que não
encontra respaldo na realidade dos dias de hoje”. Ainda de acordo com o texto,
o Palácio do Buriti destaca que “o Estado tem que garantir a liberdade de
expressão, de credo religioso e o direito de orientação sexual de cada cidadão,
evitando qualquer tipo de preconceito e violência”.
Por outro lado, o Presidente
da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro
Parlamentar, deputado Ricardo Vale (PT), também emitiu uma nota contrapondo o
colega da Frente Parlamentar Evangélica. Veja abaixo a nota:
“Sobre
a manifestação da Frente Parlamentar Evangélica a respeito da Portaria n° 277,
de 28 de setembro de 2017, da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, que
cria a Política de Fomento à Cultura LGBTI, a Comissão de Direitos Humanos vem
a público expressar o que segue:
1.
Há uma contradição na nota da Frente Parlamentar Evangélica quando afirma ser
“contrária à criação de uma Política Pública para um segmento específico por
entendermos que as ações do Estado devem ser coletivas e de interesse público e
não atendendo a interesses de grupos e movimento setorizados;” pois é de
domínio público que os segmentos evangélicos há anos disputam recursos públicos
– com êxito – para apoiar as manifestações culturais “gospel” que
sabidamente reflete uma visão confessional e segmentada da vida e do mundo;
2.
Entendemos as Políticas Públicas como instrumentos de proteção ou estímulos aos
segmentos mais vulneráveis numa sociedade em que predomina a selvageria na
disputa pelo orçamento público, dessa forma institui-se com elas um fator de
equilíbrio que funciona para reduzir as desigualdades sociais, econômicas e
culturais;
3.
Não nos consta que a entidade abstrata “família brasiliense” mencionada na nota
tenha elegido a Frente Parlamentar Evangélica como porta-voz para manifestar
suas insatisfações, de tal modo que ao lado de outras entidades da sociedade
civil manifestamos nosso apoio à Portaria da Secretaria de Cultura por
entendermos que contribui para ampliar e democratizar as expressões culturais
de uma minoria ostensivamente discriminada.”
Deputado
Ricardo Vale
Presidente
da Comissão de Direitos Humanos da CLDF
Da redação com informações
do Metropoles.com
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