Waldemir Barreto / Agência
Senado
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Fim das coligações e
exigência de desempenho dos partidos vão tirar de cena os nanicos e fortalecer
as já grandes legendas
Se aprovadas mesmo, o fim
das coligações nas eleições proporcionais e a cláusula de barreira com
exigência de 1,5% de votos para deputados em nove estados irão gerar o fenômeno
dos super-partidos – PMDB, PT e PSDB – e terá uma redução das bancadas das
legendas médias e o "sumiço" de 6 das 28 que elegeram parlamentares
em 2014. A comparação é com a eleição passada.
Se essas regras tivessem em
vigência naquele pleito, a bancada do PT eleita saltaria de 68 para 100
deputados; a do PMDB iria de 65 para 100; e a do PSDB de 54 para 71. As contas
são do advogado eleitoral Paulo Fernando Melo, especialista nessa área. Essas
três legendas são puxadoras de voto, recebem votos não só nos candidatos como
em suas legendas. São grandes, têm dinheiro e muitos candidatos.
Em 2014, 28 partidos
elegeram deputados. Pelas novas regras, que estão sendo discutidas no Congresso
Nacional, esse número cairia para 22. Os seis que não elegeriam um deputado
sequer são: PSL, PTC, PEN, PMN, PSDC e PRP. Sem sequer um deputado eleito, eles
não teriam acesso ao fundo partidário, que é público, e a tempo de propaganda
eleitoral de TV e rádio.
Fora os três partidos,
apenas PSB – de 34 para 40 – e o PSOL – de 5 para 6 – aumentariam suas
bancadas. As outras 17 perderiam deputados.
O PCdoB, por exemplo, uma
legenda historicamente aliada do PT, teria sua bancada reduzida a metade sem os
velhos companheiros ao lado: cairia de 10 para 5 comunistas eleitos.
Numericamente, o PR seria o mais atingido e perderia 11 cadeiras: sairia de 34
para 23. O Democratas, que busca crescer no final dessa legislatura, seria
atingido e perderia 8 deputados. Iria de 21 para 8.
Esses números explicam a
falta de entendimento na Câmara sobre as regras para 2018. Os partidos médios,
como PP e PR, querem o fim das coligações apenas para 2020 e não para o ano que
vem. Os nanicos, como PRTB, PTdoB e PSL, não querem nem o fim das coligações
nem a imposição da cláusula de barreira.
"Cada partido ali luta
de acordo com sua realidade. Os grandes partidos são os maiores beneficiários
se as regras de restrições forem aprovadas. É difícil saber o que vai sair
dessa reforma. É muito difícil congregar interesses tão distintos", disse
Paulo Fernando.
Fonte: Gazeta do Povo
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